29.9.06

Abaixo o falso moralismo!!!!

Tudo bem... tudo bem... eu disse que não ia me pronunciar em relação às peripécias sexuais da Cicarelli, mas diante desse texto só me resta aplaudir! Quem é que nunca "deu umazinha" no carro, um amasso mais caliente no elevador ou não se incomodou com a janela aberta (ôoooooo)?!?! Pelamordedeus, né minha gente!!!! O que tem que ser achincalhado mesmo é a valorização que todo mundo tá tando pro vídeo... sem notar que o pornográfico é o olhar "curioso" de cada um... Que atire a primeira pedra, pleeeeeeeeeeease!!!! Bjs a todos.
Tesão e preconceito (de Ruth de Aquino - Jornal O Globo, 27/10/06)

"Por que, num ritual sexual consentido entre um homem e uma mulher, namorados legítimos, ele é garanhão, e ela é oferecida? Ele é o macho competente, e ela é a fêmea vadia? Ele é o gostosão do pedaço, e ela é gostosa, mas fácil demais? Ele fez o que tinha que fazer (se não, seria gay), e ela fez o que não deveria fazer (se fosse uma moça direita)? Nunca simpatizei nem antipatizei com Daniella Cicarelli. Nunca me interessei pelo que ela faz ou deixa de fazer, na televisão, na passarela ou na vida real. Foi estranho quando ela se casou com Ronaldo, tudo parecia meio artificial, e a achei boba quando virou a bruxa do castelo de Chantilly. Daniella não tinha ocupado até então mais do que 15 minutos de meu pensamento. Mas, desde que a lente poderosa de um paparazzo profissional exibiu a moça na internet em beijos de língua, sarros e suposta transa aquática com o namorado no Mediterrâneo, não pude mais ignorá-la. Ninguém pôde.

Não vou entrar no mérito moral e tentar definir quais são os limites do amor diante de todos. Tampouco vou discutir como as celebridades devem pautar suas vidas... Não tenho autoridade para isso. Só sei que eu me choco muito quando vejo alguém jogando lixo na areia ou levando um pitbull à praia, ainda mais sem focinheira. Fico indignada! Não me choco quando percebo um casal entretido em carícias tórridas, alheio a tudo à sua volta. Costumo olhar para outro lado. Se eu estiver apaixonada, eu me solidarizo. Se não estiver, sinto uma ponta de inveja boa ou nostalgia. Cada pessoa constrói sua vida de acordo com seus valores, sua educação.

De todo o besteirol-pós-vídeo-erótico, o que mais me estarreceu na última semana foi como a sociedade enxergou de maneira diferente o executivo Renato Malzoni, o Tato, 33 anos, do Banco Merrill Lynch, e a apresentadora da MTV Daniella Cicarelli, 27 anos. Eles estão namorando desde julho e ficam grudados o tempo todo no vídeo de quatro minutos, em beijos e amassos. Num certo momento, o casal se afasta dos amigos para um trecho mais deserto da praia. Tato pega Dani por trás e a manuseia, mão dentro do biquíni... ela corresponde na mesma moeda, como tantas mulheres livres e desinibidas fazem, quando pensam não haver ninguém por perto.

Por que, então, Daniella teria que ser mais "punida" e achincalhada do que o namorado? Ah, sim, porque ela é uma celebridade e vive da imagem. Ora, o Ronaldinho Gaúcho supostamente teria feito várias estripulias sexuais durante a Copa e não sofreu qualquer linchamento moral; a mídia e os brasileiros só reclamaram de ele ter confundido os gramados e ter desperdiçado energia em vez de fazer o que o país esperava dele: jogar bola.

Cicarelli é musa de adolescentes e sempre se fez de moleca. Malzoni, o namorado, costuma envergar terno para discutir negócios no mercado financeiro no Brasil, em Nova York, na Europa. Imagem por imagem... a função dele exige um decoro impecável. Um executivo de um banco de investimentos do porte do Merrill Lynch precisa passar uma imagem de extrema seriedade e discrição. Muito mais do que a apresentadora de um programa chamado "Beija Sapo" em canal fechado de TV. Não estou aqui advogando que se crucifique o executivo e herdeiro paulista, por ter amado sua bela numa praia espanhola. Mas não consigo entender, a não ser à luz de uma discriminação sexista absurda para um país ocidental, no século XXI, que ele seja poupado e Daniella vire a Geni da história. Como se tivesse atacado um rapazola indefeso ou fosse uma adúltera.

O casal, unido, abriu processos por uso indevido de imagem e danos morais. Bobagem. Se isso tivesse acontecido com Leila Diniz, ela ia rir do jeito que só ela ria, soltaria um palavrão, e não se faria de santa. Santas nós não somos, felizmente. Leila morreu cedo demais, antes de conseguir mudar essa mentalidade tosca que aplaude o tesão masculino e chama de vagabunda a mulher que expressa prazer."

22.9.06

Dia do amante


"Malandro é o pato que já nasce com os dedos colados para não colocar aliança!"


Mais malandro é quem imita o pato!!! O pior é que no dia do amante eu descobri que eu não nasci prá isso... e que meu coração cabe certinho seus 1,63m de altura!!! Abçs.

15.9.06

Shopping (Let's go!)

Sabe... estava eu aqui concentrado em meus pensamentos quando me veio uma lembrança boa... resolvi contar...
Era um final de semana desses comuns, e nós passeávamos no Shopping Pátio Higienópolis num domingo à tarde. E mesmo sabendo de como as coisas estavam funcionando, mesmo sabendo claramente quais eram nossas posições nessa relação, eu confesso: hoje eu daria tudo (meeeeeeeeeesmo!) prá estar de novo com você lá e sentir toda aquela felicidade daquele momento. E ver você comendo aquele petit gateau da Parmalat como se fosse a única refeição do seu dia. E olhar sua carinha curiosa enquanto eu abria minhas caixinhas de Playmobil me sentindo uma criança aos treze anos. E depois passear de mãos dadas com você conversando qualquer coisa só prá ouvir o tom doce e cheio de sotaques da sua voz. E, antes de sair do apartamento e pegar o taxi prá Niteroi, beijar a sua boca como se fossemos nos encontrar no dia seguinte... Mesmo sabendo que tudo não passava de um sonho esclarecido.
"And I'm so sick of love songs / So tired of tears / So done with wishing you were still here / Said I'm so sick of love songs so sad and slow / So why can't I turn off the radio?" (So Sick - Ne-yo)
Saudades saudáveis de você. Bjs a todos e bom findi.

13.9.06

Em algum lugar da Frei Caneca

Love of my life, you hurt me
You broken may heart, ant now you leave me
Love of my life, can't you see?
Bring it back, bring it back...
Don't take away fom me because you don't know what it means to me.

(Ouvindo a música sentado num banquinho qualquer da plataforma 2 da Central do Brasil, esperando um trêm para Bangu - ia fazer estágio - e lembrando que tinha deixado meu coração em algum lugar entre a Frei Caneca e a Avenida Paulista. Não que seja depressão... é só saudades mesmo. Bjs prá vc, onde vc estiver.)

6.9.06

StolenArt

Olá visitantes desse confortável apartamento virtual! Como a ocasião faz o ladrão, hoje eu não resisti... achei esse textinho aí em baixo num blog "amigo" e resolvi postar ele aqui prá divulgar ainda mais a criatividade alheia. Saibam que o texto não é meu, e sim, dum carinha chamado Flávio Voight, e é muito bom.
Em breve, conto as últimas da festa a fantasia da Escola de Belas Artes/UFRJ que vai rolar hoje, no Teatro Odisséia... e eu vou (êeeeeeeeeeee!). Abçs e até breve.
"Algum emprego pra planeta anão? (30.8.06)

Plutão abre a porta bruscamente e dá de cara com a mulher.

- Que cara péssima, amor!
- Más notícias, Ceres.

Eles sentam no sofazinho - ela também é anã.

- Que aconteceu, meu bem?
- Perdi o emprego.
- Quê?
- Não sou mais planeta. Anos de serviço, e eu não sou mais um planeta. Assim, de uma hora pra outra. Descartado como um copo.
- Como um copo?
- Sim, um copo descartável.
- Ah. - Ceres reage - Mas eu ouvi falar até em contratações! Me disseram que até meu nome estava em pauta!
- Só boatos. De qualquer forma, preconceituosos como eles são... O anãozinho é o primeiro a ser demitido! Sempre o tampinha! Eles e sua maldita ironia...
- Ironia?
- Ora, Ceres! Chamar o menorzinho pelo aumentativo é sempre pra humilhar!

Ceres parece resgatar alguma mágoa do passado.

- Humilhação por humilhação...
- Como?
- Te humilharam como você me humilha.
- Eu te humilho, amor? Desde quando?
- Olha a minha aliança, que fininha! Eu queria um anel decente, grande, como os de Saturno!
- Amor, eu... - Plutão tenta consertar, mas Ceres lhe toma a fala:
- E essa pedrinha? Mal dá pra ver!
- Queria o quê, um asteróide?
- Atenção, isso que eu queria. A-ten-ção! Idiota!

Ela levanta e anda em direção ao quarto. Plutão a segue. Ceres torna a falar, ainda andando:

- Eu devia é trocar de time!
- Benzinho, não fala essas coisas!
- Eu devia é atravessar a rua! Virar a casaca! Abotoar o paletó pelo outro lado!
- Amor!
- Já prestou atenção na Terra e a Lua? A Lua gira em torno da Terra! A Terra se molha toda com a proximidade da Lua!
- São as marés, Ceres!
- Você não me ama, Plu. Só porque eu não tenho corpo perfeito, como o dessas estrelas!
- Amor, não é nada disso. Eu tô numa fase péssima...
- Claro, esqueci que só você tem problemas.
- Droga! Amor, acho que deixei o carro sem trancar. Já volto.

Plutão corre até a garagem. Arranca o carro em direção ao bar.
- Posso ajudar?
- Me vê alguma coisa bem forte, que me faça entrar em órbita. Ou sair dela, sei lá. Não sou mais planeta, não tenho mais reputação nenhuma a zelar mesmo... Chega dessa rigidez de andar sempre pelos mesmos caminhos! Viva a minha liberdade!
- Situação difícil, hã?
- Eu sou um ninguém. Demitido por ser anão. E ainda briguei com o meu amor, o Sol da minha vida...
- Você e... Você e o Sol? Uau. Sempre tão distantes... Eu nunca desconfiaria, sabe?
- Modo de dizer, pô! Ela, a Ceres é tudo pra mim.
- Mas você ainda deve ser importante pra alguém...
- Bom, tem os astrólogos... Sempre tão bons comigo!
- Bons?
- Com eles eu tenho influência! Pra eles eu sou alguém.
- Eles tem algum interesse?
- Pra eles eu sou o regente das riquezas... Não tinha pensado nisso. Interesseiros! Garanto que agora estão pensando em mim e rindo. "Segunda divisão! Segunda divisão! Rebaixado!".
- Sei.
- Só porque eu sou anão, meu! Mais uma dose!
- Mas desse tamanho... Você aguenta?

O barman é encontrado morto no dia seguinte. Não se mexe com a dignidade de um planeta-anão em crise.

De qualquer forma, bastou um brasileiro ir para o espaço pra sumir um planeta."

1.9.06

Ponte aérea

Sabe... não é solidão, não é depressão, não é carência. É saudade mesmo! E devo agradecer essa saudade gostosa (e não menos inquietante como antes) a Maria Bethânia... dona Maricotinha... dizendo o que eu não posso dizer...

"Depois de ter você, pra que querer saber... que horas são?
Se é noite ou faz calor... se estamos no verão...
Se o sol virá ou não...
Ou pra que é que serve uma canção, como essa?
Depois de ter você, poetas para quê?
Os deuses, as dúvidas...
Pra que amendoeiras pelas ruas?
Para que servem as ruas... depois de ter você?"

(Cantada na voz da Bethânia!!!!)

Bjs e bom findi.